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Nathália Oliveira para Rollacoaster Magazine

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Entrevista

Por dentro da agência de modelos Ford Models

Quem assiste aos poucos minutos de um desfile de moda não imagina todo o trabalho que existe por trás. É preciso que haja uma sincronia perfeita das diferentes áreas envolvidas para o sucesso de um show, desde a criação das peças que serão desfiladas, passando pela produção do cenário em si e até a contratação das modelos com o perfil que a marca necessita – e é aí que entra a agência de modelos Ford Models. Presente no mercado brasileiro há 23 anos, e fundada em 1946 por Jerry e Eileen Ford nos Estados Unidos, a Ford conquistou o prestígio das principais marcas ao redor do globo, atuando na carreira de New Faces, Neo Tops e Top Models. “Trabalhar com gente não é fácil, você tem que lidar com o ego e tem muita coisa envolvida. É um mercado bem complicado, mas pra quem gosta acaba sendo muito legal”.

Para chegar no patamar de reconhecimento da Ford é preciso trabalhar com os melhores, e a falta de interesse não é um problema para a agência. “A procura para ser modelo é muito grande, mas muitos que aparecem aqui não tem nada a ver com o nosso perfil, são aquele tipo de pessoa que a mãe fala que é bonito e decide tentar”, conta o assessor de imprensa da Ford, Márcio Garcês. Os (futuros) modelos podem chegar na agência por iniciativa própria ou depois de serem abordados pelos olheiros.

Para marcar uma avaliação, basta ligar na agência de modelos e combinar um horário. Mas geralmente aqueles que mais se encaixam no perfil da Ford não sabem de seu potencial, e consequentemente não são aqueles procuram a agência. Isa Coffers, booker fashion da Ford, conta que os famosos olheiros existem sim – eles estão pelas ruas e principalmente em eventos como o Oktoberfest, atrás da próxima grande descoberta. Ela, tímida por natureza, evita abordar pessoas nas ruas com frequência, mas, quando percebe um grande potencial, é claro que não deixa a oportunidade passar. “Um dia eu estava aqui embaixo, na recepção do prédio. Olhei para rua e vi um menino lindo segurando um saco de McDonald’s. Por sorte, tinha outra pessoa comigo e ela o chamou. Disse que trabalhava na Ford, que gostaria que ele viesse conhecer a agência e entreguei meu cartão. O nome dele? Leonard Herzog! Hoje, é um menino que faz vários trabalhos e foi uma das minhas descobertas; na verdade, a única.”

O trabalho de um booker consiste em, basicamente, mostrar para os clientes, stylists, fotógrafos e para as próprias marcas as meninas novas da agência, além de gerenciar toda a sua carreira. “É uma correria!”, admite Isa. Dependendo do perfil, a modelo pode trabalhar com o fashion ou o comercial, e às vezes até nos dois! Quando a menina é mais nova, costuma ir para o fashion porque ainda é bem magrinha e crua. Já para trabalhar com a área comercial precisa ter uma desenvoltura maior para falar e trabalhar com o vídeo e a foto.

O próximo passo? Conseguir um trabalho! Mas antes disso vem um mês inteiro de preparação. Muitos dos que são contratados pela agência não moram em São Paulo, e assim que o modelo faz parte da Ford, ele automaticamente faz parte de todas as agências Ford espalhadas pelo Brasil. A maioria dos modelos entra no ramo com 13 ou 14 anos, então as aulas, testes e mudanças de visual são necessários antes de começar a mandar polaroides para as agências de fora. “Apesar de começarem muito novos, é mais fácil lidar com as mais novinhas porque você acaba conseguindo moldá-las, é incrível como elas mudam”, comenta Márcio Garcês. Além disso, o fato de começarem a trabalhar tão cedo faz com que se crie um vínculo de amizade com a equipe, e todos acabam comemoram as conquistas dos modelos.

Assim que os New Faces chegam à São Paulo, o primeiro passo é olhar a mala. É importante que o visual deles seja minimalista, até porque o cliente deve enxergar sua roupa neles. De tudo que trazem, salvam-se no máximo um ou dois looks. “Nós também buscamos parcerias com marcas, que cedem roupas para esses novos modelos”. A partir daí, os bookers definem as imagens de cada um – criam-se personalidades andrógenas, românticas, roqueiras etc. “Eles vêm muito abertos às propostas. Nunca aconteceu de ninguém recusar a mudar o estilo ou cortar o cabelo, pelo menos não no início da carreira”, compartilhou a booker Isa Coffers.

Os pais são avisados da maiorias das decisões que a agência de modelos toma em relação a seus filhos, como possíveis viagens dentro e fora do Brasil ou cortar o cabelo. Mas todo o restante é tratado diretamente com o agenciado. “Não dá para ficar pedindo permissão dos pais o tempo todo, até porque a gente, que trabalha com isso, é quem sabe o que funciona ou não. Pode acontecer de decidirmos cortar o cabelo de uma menina “joãozinho”, por exemplo, e a mãe achar que somente o estilo “chanel” combina com a filha“, explica Isa Coffers.

Os primeiros trabalhos que os New Faces conseguem são os ensaios, e assim que eles se tornam mais conhecidos, começam a aparecer em editoriais. Mas nem tudo são flores. “Se eu tivesse uma filha eu não gostaria que ela fosse modelo, é uma carreira muito complicada, muito competitiva” divide Márcio. Timing e sorte também ajudam muito a crescer na profissão.“Tem menina que dá sorte, cai nas graças do cliente, do mundo das modas, dos editoriais, que todo mundo quer fotografar. Mas o profissionalismo ajuda a modelo a ter um futuro”.

A oportunidade que esses jovens têm é única. Conhecer o mundo e ganhar altos cachês, em dinheiro e em roupas, são apenas algumas das vantagens que a carreira de modelo oferece. “Algo que eu sempre digo, logo no início, é que se surgir a oportunidade de morar fora do país, aproveite e faça um curso. Há carreiras que duram seis meses, outras vinte anos, mas mesmo que a pessoa se torne uma top icon, a lei da gravidade chega para todo mundo. Eu acho triste ver gente com 40 anos com o book embaixo do braço, sem qualquer estudo, dizendo que é modelo”, admite Isa.

Trabalhar com moda pode parecer muito glamuroso: interagir com pessoas bonitas, ir a desfiles e fazer parte desse mundo exclusivo definitivamente tem suas vantagens. Mas só quem conhece os bastidores realmente sabe o que se passa na indústria. “Tudo é muito lindo e bonito, a gente vê gente linda o tempo todo, mas é muito trabalho” diz a booker Isa Coffers. “A gente tem o sonho das pessoas nas mãos e tem que ter cuidado o tempo todo”.

Recentemente, surgiu um interesse do mercado por modelos plus size e até transexuais, além de muitas outras singularidades específicas. As agências de modelo, que até então trabalham com poucas pessoas com esses perfis, precisam cada vez mais se adaptar às novas demandas. A booker fashion Isa Coffers relatou como eles trabalham com isso na agência. “Aqui na Ford nós temos algumas meninas plus size. Acho um mercado interessante, até porque há marcas que são plus size e precisam de meninas que atinjam esse público alvo. E elas trabalham bem. Mas não acredito que seja possível um desfile na fashion week somente com meninas plus size, pelo menos não por enquanto. Quanto as transexuais, eu preferiria até não opinar porque nós não abrangemos esse mercado. Mas acho uma invenção de moda.”

* Reportagem: Matheus Luiz Santos e Livia Albuquerque / Edição: Marina Espindola

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Fabrício Bach no ensaio “Silent Sigh” fotografado por Daniel Rodrigues em Milão.

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Carol Thaler para Zuhair Murad Haute Couture F/W 2013 em Paris

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Thana Kuhnen para Jean Paul Gaultier Haute Couture F/W 2013 em Paris

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